terça-feira, 13 de maio de 2014

De Ventos, Mares e Posses

Edison Gomes de Freitas



Aquela escarpa era íngreme, empedrada,
E as sôfregas vagas, resistente, recebia...
E o estrondo que medonho ali se ouvia
Dispersava, aturdida, a passarada.

O vento em que estrugia enlouquecida
A tormenta em ribombos e voleios,
É o mesmo que o recebia aos corcoveios
O mar também em fúria sem medida.

Assim, dinheiro na mão é tempestade
Feito mar revoltado à natureza
N' ameaça de solver sua majestade.

Isso mesmo são as posses e as riquezas;
Se com elas não houver serenidade
Sobrevém-nos a miséria e a pobreza...



Imagem: http://pt.hallpic.com/papel-de-parede/494432-tempestade_farol_mar/
Edição da imagem: Alexandro Reis